A Bronquiolite Aguda é uma infeção viral, muito comum nos 2 primeiros anos de vida das crianças.
Caracteriza-se por uma infeção que afeta os bronquíolos (vias aéreas inferiores), causando obstrução à passagem do ar para os alvéolos pulmonares (estruturas onde se processam as trocas gasosas). Tem um padrão de sazonalidade de novembro a abril.
A bronquiolite pode ser provocada por diversos vírus, tais como influenza, adenovírus, rinovírus. Contudo é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) o responsável por 75% dos casos de bronquiolite aguda.
A gravidade da doença está relacionada com a idade da criança (é mais grave nos primeiros 6 meses de vida), e com a presença de comorbilidades (prematuridade, defeitos congénitos da via aérea, doenças cardíacas e/ou neurológicas, imunodeficiências).
Os sintomas iniciam-se por obstrução nasal com corrimento transparente, acessos de tosse seca, perda de apetite, e com ou sem febre.
Gradualmente, os sintomas vão progredindo para tosse produtiva, dificuldade respiratória com tiragem intercostal (covinhas entre as costelas), aumento da frequência respiratória e pieira (som semelhante a um assobio quando a criança respira).
A maioria das crianças não necessita de internamento, apenas cuidados de suporte. Contudo, quando o nível de oxigénio no sangue desce, a criança pode necessitar de oxigénio suplementar. Na presença destes sintomas, a criança deve ser observada pelo médico.
Visto que a bronquiolite se trata de uma infeção viral, os cuidados de suporte são dirigidos aos sintomas e passam por:
– Lavagem e desinfeção das mãos para diminuir o contágio (a transmissão faz-se pelo contacto direto com secreções nasais contaminadas, geralmente presentes nas mãos);
– Lavagem nasal várias vezes ao dia para remover as secreções nasais, diminuir a obstrução e a inflamação nasal;
– Elevar a cabeceira da cama a 30º para facilitar a respiração e diminuir o desconforto respiratório;
– Oferecer pequenas refeições, mas mais vezes ao dia, para evitar o vómito que a tosse pode provocar;
– Oferecer água ou soro de hidratação nos intervalos das refeições para manter a criança hidratada;
– Cumprir a medicação prescrita pelo médico: habitualmente antipirético para a febre, broncodilatador e corticóide inalado para diminuir a dificuldade respiratória e a inflamação brônquica.
Também a cinesiterapia respiratória pode ajudar no processo de recuperação da criança, ao contribuir para diminuir o desconforto respiratório e melhorar as trocas gasosas, através da drenagem de secreções brônquicas e desobstrução nasal.
A prevenção das bronquiolites passa por:
Lavagem nasal diária 3xDia (de manhã, ao regressar da creche, e à noite), lavar e desinfetar as mãos antes de tocar na criança, evitar dar beijos nas mãos e cara da criança e arejar espaços fechados diariamente.